Informe:

terça-feira, 3 de maio de 2011

OS VELHOS PAPA FILAS:

O texto de hoje nos faz voltarmos no tempo e nos reportarmos para a década de 1950, quando o transporte no Brasil passava por um momento delicado em virtude da alta demanda e a falta de coletivos que suprissem a mesma. Quem não se lembra do velho Papa Filas? Os primeiros modelos foram utilizados em São Paulo e tinham a carroceria geralmente fabricada pela CAIO (Companhia Americana Industrial de Ônibus) que possuía capacidade para mais ou menos 100 passageiros, tendo na maioria das vezes um caminhão FNM (Fábrica Nacional de Motores) como tração. Resolvi trazer hoje esse assunto, pois acredito que muitas pessoas irão se lembrar dos momentos em que estavam nos principais pontos de ônibus geralmente lotados enfrentando a falta de coletivos nos horários de maior movimento nas tumultuadas cidades brasileiras. Como forma de tentar amenizar esse problema foi tomada a iniciativa de se trazer esse tipo de veículo para tentar suprir a alta procura pelo transporte, mas sem muito sucesso. Em virtude de seu tamanho, o Papa Filas logo perdeu espaço no cenário urbano deixando sua marca na memória de cada um.
Não tendo sido inventado no Brasil, o Papa Filas foi muito utilizado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial para o transporte de funcionários das indústrias de materiais bélicos, nessa ocasião, o caminhão que puxava o vagão era um GMC 1944 com motor de seis cilindros. Rio Grande, por exemplo, por um tempo também teve o prazer de ter dois Papa Filas, que pertenceram à extinta empresa Xavante, que eram puxados por caminhões da marca Mercedes Benz conhecidos como “bicudos”.
Basicamente era composto de um caminhão e sua carreta adaptada para o transporte coletivo, o trajeto era informado como acontece hoje, por meio de itinerários protegidos por vidros só que no caminhão, a comunicação do motorista com o interior do salão de passageiros devia ser meio rudimentar, não consigo afirmar pois não encontrei informações a respeito, mas podemos imaginar, não podemos nos esquecer que tudo isso era na década de 50 e para a época a tentativa de solução era magnífica.
Hoje em dia, os antigos Papa Filas encontram-se em ferros velhos se desmanchando com o passar dos anos, alguns até tiveram outros fins, foram adquiridos por colecionadores e hoje descansam em alguma garagem espalhada pelo Brasil e podem ainda contar um pouco da história do tumultuado transporte coletivo da década de 50 que com a saída definitiva dos bondes passava por um momento de extremo caos.
Nos dias atuais, o transporte coletivo de passageiros é a alternativa encontrada para diminuir o número de carros nas ruas, com isso foram criados os ônibus bi-articulados dotados de uma capacidade de transporte de quase 270 passageiros. Primeiramente foi utilizado em Curitiba no estado do Paraná. Possuindo mais de 25 metros de comprimento ostentava o título de maior ônibus do mundo, mas com o lançamento do Top Bus pela encarroçadora paulista CAIO perdeu esse posto mas mesmo assim o maior ônibus do mundo continua sendo brasileiro, possuindo agora 26,78 metros. Sua plataforma é produzida exclusivamente pela marca sueca Volvo, possuindo motor central que recebe o nome de B12M TX. Os estados de São Paulo e Goiânia utilizam o Top Bus no seu sistema de transporte, com isso reduzem bastante o número de veículos nas ruas e conseqüentemente baixam a emissão de gases poluentes na atmosfera.
Obs.: As informações foram extraídas da internet, exceto as duas fotos dos veículos mais novos que como os créditos mesmo informam pertencem a meu amigo Carlos Júnior busólogo de Goiânia-GO.
A foto em que aparece o Mercedes-Benz pertence ao acervo fotográfico de Jorge Cozza e ao Clube do Ônibus Monteiro.

3 comentários:

  1. Muito bom texto, Rodrigo!!

    É bem legal imaginar um "papa-filas" como este mercedão rodando nos dias de hoje... e haja piloto e braço pra manobrar e segurar tudo aquilo... Vislumbra a cena: Conversão á direita da Gen neto para a Dr Nascimento... Sem direção hidráulica, com lotação total e com carros estacionados dos 2 lados da rua e bem no horário "de pico", precisamente ás 18:30h... E a cara de pânico do motora... :D Sem dúvida que dos anos 50 aos 70 foram geradas as coisas motrizes mais emocionantes que a espécie humana tem notícia!!

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  2. Pois é cara, seria quase impossível mantermos um Papa-Filas ou até mesmo veículos articulados sem uma boa alteração no sistema de transporte. Seria preciso reformular os projetos e a construção de corredores segregados para que houvesse uma melhora consideravél e que atendesse o maior número de usuários de uma única vez. Além disso, a utilização de veículos articulados pode ser considerada uma questão ambiental, pois o serviço que hoje é feito por dois veículos poderia ser substituido por apenas um que acabaria emitindo menos gases poluentes. Um abraço!

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  3. Lembro muito bem, como se fosse hoje, eu ali, sentado nos bancos da frente do xavantão, devia ter entre 4 e 6 anos de idade, meados dos anos 70, grande emoção nas curvas, parecia que quando o caminhão dobrava o reboque não iria acompanhá-lo. Muito legal essa matéria. Abraço.

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